segunda-feira, maio 28

Algo a que chamo Portugal

Há conceitos e ideias que, à partida, não estão ao alcance do ser humano, o conceito de Portugal é um deles. Não se pense que se trata de uma ideia abstracta ou demasiado trabalhosa de descrever, não, na verdade o caso é até bem simples. É precisamente por ser um caso simples que tende a escapar à nossa compreensão, se é que não escapa por completo.

Tentar explicar esta ideia seria tão absurdo como pedir a um cão que reescrevesse as obras completas de Shakespeare, pelo que me resigno somente a dar conta da função desta ideia. Na verdade, a nossa maneira (dos portugueses) de agir baseia-se muito na ideia que temos do nosso país. Os que o acham um caso perdido e irresolúvel, mas que apesar disso não perdem a secreta esperança de isto funcionar tendem a deixar que a crítica feroz e constante faça parte da sua rotina, o que não é necessariamente mau; os mais reservados e observadores limitam-se a tecer breves comentários pouco comprometedores, seguindo a sua vida alheios ao resto; os que estão indiferentes a tudo isto resolvem ler jornais desportivos, recorrer a uns quantos lugares-comuns e pensar no que vão fazer a seguir; os que não fazem ideia do que se está a passar optam por mandar aquilo a que se chama um “bitaite”, julgando que têm toda a legitimidade e verdade do mundo.

Existem mais atitudes, mais posições, mas para este caso só me interessa apresentar estas, porque cada uma tem uma maneira de agir própria baseada também numa diferente, mas igualmente válida, ideia de Portugal.

Qual é a minha maneira de agir? Acho que não a sei categorizar. Assisto a tudo isto: uns que sabem mas não mostram, uns que roubam, uns que mentem, outros que se escondem, uns que fazem rir e outros que tentam ser sérios. Eu assisto a tudo isto e não sei dizer o que é, só sei chamar-lhe Portugal.

segunda-feira, maio 21

THE Non sense...

Há uma vontade não recolhível, dilemas e lemas por lutar, são tantos bocados de mim, perdidos na tormenta que se não mede, uma lealdade basilar que não treme se quer ao vento, Quero Dormir, que é isso de dormir... 5min, no restaurante, antes de chegar o menu, e 3min depois de pagar a conta... Vida a minha, onde os paletós são cor de rosa, e as cuecas pretas, os soutiens delas sao azuis escuros e tem risca fininha, enquanto as minhas meias têem elefantes cor de rosa que rodopiam antes de levantar voo.