O aborto: Um prisma diferente – só para contrariar
A questão do aborto pareceu-me vista um bocado superficialmente pelo meu caro colega bloguista. A questão do aborto perde-se na definição de vida. De Vida – com maiúscula como acho que fácil de concordar.
Nunca nada nem ninguém conseguirá dar uma definição clara, objectiva e irrevogável do que constitui a Vida Humana. Não se resume a batidas de coração, funções digestivas ou outras mais indiscretas. Passa pela capacidade de raciocinar/pensar/sentir/whatever. E provem me lá que um feto raciocina/pensa/sente/whatever. A questão do aborto esta indexada a esta dúvida e á resposta pessoal e intransmissível que cada um dá a esta pergunta.
Não adianta tentar convencer ninguém. Todos nos estamos cheios de certezas sobre o que se passa. E quando chega a altura de defender uma posição baseada na existência da Vida numa pessoa/feto, os a favor afirmam “para mim a Vida existe no momento da concepção” E o que se pergunta da esquerda é: E se estais errados? Valerá mesmo a pena forçar alguém a sofrer pela futura existência de alguém? Então pergunto á direita: Usa-se contraceptivos?
A definição de Vida é indefinível. Se votasse, votaria sim. Apostaria no crivo crítico do Homem para o guiar no caminho certo. Para faze-lo viver conforme a sua definição de Vida. Porque essa definição é realmente indefinível e porque todos os lados são realmente demasiadamente rebatíveis. É impossível haver uma definição Universal de Vida
O que defendo é, muito essencialmente, Fé no homem e no seu crivo crítico pessoal e intransmissível.
2 Comments:
O problema é mesmo esse: provem me lá!
Há um argumento perturbador - e que certamente vai ferir muitas susceptibilidades – que vem a respeito da questão do feto como portador de vida. Realmente todos os fetos são seres humanos em potencia – excepto aqueles que sofrerão um aborto natural ou não – e esse facto não e rebatível. É um facto. Mas facto é que todos os animais têm vida e nós matamo-los sobre o pretexto de servirem de comida. Justo ou não, nós todos ao comer carne estamos de certo modo a matar vida. Mas vida e não Vida. E a vida que estamos a falar é Vida. Humanos como nós. O que faz de um ser um ser humano? Não sei, não sabes, não sabemos.
Todos os argumentos são rebatíveis e o único que não o é é a definição da própria vida - que não e rebatível pela sua indefinição. É a questão do provar ou deixar de provar. Ninguém tem certezas, ninguém sabe nada. Defendo o sim como maneira de deixar agir a consciência de cada um. Cada um reveste-se das certezas que quer, e das certezas que tem ou deixa de ter. E mesmo na incerteza de haver Vida é o próprio - e não outros - a fazer o juízo por si. O que defendo e isto, porque acredito que o Homem é essencialmente bom e que quando tece qualquer tipo de julgamento sobre a Vida fá-lo com a gravidade que lhe deve ser atribuída. O problema prende-se com o problema de quando passa a haver vida. Será na concepção? Não sei, não sabes, não sabemos. Acredita-se numas coisas e ninguém sabe muito bem. E – eu pelo menos - não me considero ninguém para impor a minha vontade aos outros. A imposição daquilo que se acredita ser o bem é um mau principio – há exemplos históricos disso, todas as ditaduras de esquerda ou direitas confirmam mais ou menos isso desde Hitler a Estaline.
é pa ó anth. tive agora a ler o post e parece que te chamei uns nomes feios, só que esta coisa de defender o bem e um bocado subjectiva porque uns acha, que é bem o que os outros não acham e tu vais continuar com as tuas ideias e eu com as minhas e como todos os discursos em que no metadiscurso se encontram creças do que é o bem inevitavelmente o discurso passa a ser uma conversa de surdos, porque (quase) todos estão demasiado cheios das suas certezas.Se calhar - só mesmo se calhar - até es um Hitlerzinho em potencia mas, na medida do possivel, quando caminhares para lá eu prometo parar te ok?
Leva lá um abraço deste teu camarada pa!
P.H.S.S
Leva o abraço e nao me leves a mal
Enviar um comentário
<< Home