segunda-feira, abril 23

já escrevi, já se escreveu, o único medo que tenho é da obra prima. essa essencia que se busca e que, a dizer se encontrou, e que agora sombreia tudo o resto. Quem ama como eu amo, vence medos e move montanhas por isso eu reescrevo,
Ao longe ainda se não vê se quer a sombra e já conheco o passo, o ritmo, o caminho que vai seguir, ainda não abriu a boca e já o discurso é conhecido, cada palavra, cada som, cada momento de pausa, cada ansiedade, todo e qualquer jeito especial de Viver que Ela tem.
Medo já não tenho. Medo de não poder dar a mão, de não poder com todo o carinho que conheco com a calma de quem vive apaixonado, passear os dedos por entre os dedos, numa pele meiga como os melhores dos cetins, sensível como o mais precioso dos tecidos e tão única que não posso aqui tentar descrever o que sinto.
Cada deslizar magico arrepia. O coração torna-se tão pequeno e tão grande, com tanta vontade de fazer aquilo para que nasceu. Há um aperto no peito que pára e empurra, que trava e que impulsiona cada momento como se fosse o primeiro.
Os olhos mágicos cativam-me. Os olhos místicos devoram me o interior como se fosse alimento literal, conhecem inteiramente o meu ser, são aterrorizadores porque quando não estão e estão longe nem a imaginação os consegue recriar, cria imagina sonha idealiza, Tudo! e nada... Aqueles olhos que me falam ao que só eles sabem, a uma noite escura onde ganhou vida um ser que ainda não era e que hoje não pode não ser.
Cada segundo de ausência marca a presença a dobrar. Há quem viva, há quem sofra, há quem se angustie, há quem se consuma, há quem nos consuma, há quem apoie, há quem manda e quem decida e ainda quem obdece, mas no topo desta cadeia alimentar, há os que amam!
Esses louvam, adoram, agradecem, veneram, voluntariam-se, entregam-se, esgotam-se, estoiram-se, trabalham... Mas acima de tudo dão-se.
Há todo um mistério de todo não racional, de todo não perceptível, uma mistério que se guarda numa caixa forte chamada oração e no sítio mais seguro de todos, no nosso vaso de barro do nosso coração. Há coisas que não se percebem, que não são para perceber e que por mais esforço, empenho, afinco e dedicação apenas percebemos o que já sabíamos.
É Amor!